quarta-feira, 9 de março de 2011

Cajueiro

            Homenagem à Guiné-Bissau

És desta terra guerreiro,
Sob o sol que arde,
E areia,

Dura vida ganhaste,
Sem água nem ribeiro

Mesmo assim dá-nos o deleite
Sua carne macia
E seu leite

De ti não há resquicios,
Nem raíz nem tronco
Querem-te por inteiro

Querem-te até janeiro, fevereiro
Até que a chuva te apague
E trague outra gente

Já morta estará nossa fome
E as mãos que te acariciam
Repousaras hoje,

Até que sua flor amadureça
E dês lugar a outros
Em seu chão.
                   Silvio Ramos Tomas

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