segunda-feira, 14 de março de 2011

Ontem será amanha


se é pra ser como era antes...
quando tudo nos era comum,
teu mundo, teus segredos,
teu sim, teu não


quando a razão abrandava o destino
e o diálogo nosso cavalo de batalha
onde sorrir e chorar
alimentava o suor do dia a dia
e as noites testemunhas da fé
que ainda nos consome


e nesta esperança
registramos a memória
apagamos as incertezas
e escrevemos novos versos,
versos que cantamos noutras linguas,
l´amour, l´amour, l´amour!


Se é para ser como era antes...


que sejam enterradas as vítimas
eu, tu e nossas queixas,
que após julgada nossas causas
seja sentenciado o passado
e festejaremos nossas vidas


vamos desfrutar o ócio
dormir nas estaçoes
acordar molhado
vestir de vermelho
desejar o impossivel
olhar nos olhos e sentir medo,
medo de escuro, da distãncia, da solidão


se é pra ser como era antes...
nos limites da incerteza
as margens da alvorada
na esquina do amanha,


que tenhamos por testemunhas
a consciência o futuro
e estas linhas.
                                                                                                Silvio Ramos Tomas

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